Música da Grécia Antiga

Durante a aula sobre a música na Grécia Antiga, ouvimos o Epitáfio de Seikilos. Na lista de reprodução abaixo, colocamos mais duas peças: uma delas é o Orestes stasimon chorus, de Eurípedes, e a outra é um lamento, teoricamente do século II ou III d. C.
O Epitáfio e o coro do Orestes constam da Norton Anthology of Western Music (organizada por Claude Palisca), em gravações similares a essas do YouTube. Por isso, são bastante confiáveis. O lamento é uma peça que encontramos no YouTube e nos pareceu, na estrutura geral, plausível de ser da antiguidade grega, mas não podemos garantir que de fato o seja.

Slides "Antiguidade"
Lista de reprodução: A Música da Grécia Antiga

Epitáfio de Seikilos
Como o próprio nome diz, trata-se de uma canção fúnebre, e foi encontrada numa pedra funerária em Aidine, na Turquia, e data do século I d. C., aproximadamente. A gravação começa com a recitação de um texto que está escrito na lápide, e diz: Eu sou um túmulo, um ícone. Seikilos me pôs aqui como um símbolo eterno da lembrança imortal. Depois, a melodia é tocada a solo num instrumento de corda (provavelmente uma lira), em seguida cantada e dobrada pela lira e depois tocada mais uma vez na lira. É a música completa mais antiga de que se tem registro.

Orestes stasimon chorus
Orestes é uma tragédia escrita pelo ateniense Eurípedes em 408 a. C. Esse coro, possivelmente, foi escrito pelo mesmo autor, que ficou famoso por seus acompanhamentos musicais. O nome stasimon significa que se tratava de uma ode cantada com o coro imóvel, entre o palco e os espectadores. Neste trecho da tragédia, o coro das mulheres de Argos imploram aos deuses que tenham piedade de Orestes, que assassinou a mãe, Clitemnestra, pedindo que Orestes seja libertado da loucura que se apossou dele desde o crime.

Nessa gravação podemos ouvir flautas, instrumentos de corda e alguns instrumentos de percussão, que interrompem a melodia em diversos momentos, e depois um coro masculino que canta a melodia monofonicamente.

Lamento (do século I ou II d. C.)
Sobre essa última peça só podemos dispor da audição para obter informações. Trata-se de uma melodia executada num aulos e acompanhada por um instrumento de corda que realiza um bordão, repetindo inicialmente a mesma nota, depois um intervalo de quinta com alguns acentos, obtidos pelo tocar de diversas cordas - o que a caracteriza como uma música heterofônica. Não podemos, contudo, garantir sua procedência, mas sua estrutura geral torna plausível a hipótese de que é de fato uma música grega antiga.

Para finalizar, gostaríamos de recomendar muito cuidado ao ouvir música grega antiga na internet. Muito do que existe por aí são regravações, rearranjos, interpretações modernas e até mesmo confusões por falta de conhecimento. No YouTube existem algumas gravações bastante curiosas do coro do Orestes, que pode ser bom ouvir a título de curiosidade. Para saber se uma gravação é ou não é fidedigna, procurem saber quem está executando, se é um grupo sério e preocupado com a execução histórica, ou se é um grupo experimental, sem compromisso com o estudo da história da música, além, é claro, de procurar as características que vocês aprenderam em aula. O mesmo pode ser dito para a música medieval e renascentista.

Boa audição!